Crimes digitais disparam no Brasil e escancaram fragilidade na proteção de dados pessoais
- Marketing Fora de Série
- há 12 minutos
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O Brasil vive uma nova era no cenário dos crimes contra o patrimônio. Com o avanço das tecnologias e a ampla circulação de dados pessoais na internet, os golpes digitais se tornaram não apenas mais frequentes, mas também mais sofisticados. A realidade é preocupante: fraudes virtuais acontecem no país a cada 16 segundos, superando os registros de roubo desde 2021 e transformando profundamente o perfil da criminalidade.
Mais do que ataques isolados, os golpes se estruturam em redes organizadas que utilizam dados reais de brasileiros, como CPF, nome, endereço e histórico bancário, para criar sites falsos com identidade visual idêntica à de órgãos públicos e instituições conhecidas. Essas páginas, muitas vezes com aparência idêntica à do portal gov.br, simulam benefícios, indenizações ou serviços oficiais para enganar vítimas e capturar ainda mais informações sensíveis.
Os criminosos combinam engenharia social com bancos de dados vazados para legitimar os golpes. O resultado são fraudes difíceis de detectar até mesmo para os usuários mais atentos. Em testes realizados por especialistas, foi constatado que esses sites só liberam acesso quando o CPF informado é verdadeiro e consta em suas bases ilegais. Ou seja, os alvos são cuidadosamente selecionados a partir de dados previamente obtidos, muitas vezes, de forma massiva.
Entre janeiro e abril de 2025, o Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos (CTIR) registrou quase 2.300 notificações de vazamentos de dados, uma média de 20 por dia. Os números crescem de forma alarmante desde 2023, refletindo um cenário de vulnerabilidade crescente nos sistemas de informação brasileiros, tanto públicos quanto privados.
Outro dado que chama atenção é a diversidade das vítimas. Se antes os crimes digitais eram associados majoritariamente a idosos, hoje o público mais afetado está entre os jovens de 16 a 29 anos. Nessa faixa etária, 27% relataram já ter perdido dinheiro em fraudes virtuais, conforme levantamento recente. A combinação entre exposição excessiva nas redes sociais e falta de letramento digital tem se mostrado um terreno fértil para os golpistas.
Além das fraudes diretas, há um mercado clandestino alimentando essa cadeia: sites que vendem dados pessoais por valores acessíveis, sem qualquer controle. Por meio de assinaturas que variam de R$ 20 a R$ 100, é possível acessar informações como CPF, endereço, CNH, vínculos empregatícios, dados bancários, e até imagens de documentos. O acesso é rápido, anônimo e disseminado em plataformas abertas, inclusive com tutoriais no YouTube.
Esse tipo de comércio ilegal de dados não é novidade, mas a internet e a baixa percepção de risco da população o tornaram mais acessível. Embora a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) esteja em vigor desde 2020, a sua aplicação ainda enfrenta desafios estruturais. Falta cultura de proteção digital, prioridade estratégica nas organizações e fiscalização mais eficiente.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem atuado para conter o uso indevido dessas informações, mas seu poder de ação é limitado ao campo administrativo. A autarquia pode aplicar sanções e articular com outros órgãos, como a Polícia Federal, mas não investiga crimes diretamente. Iniciativas como a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais, coordenada pelo Ministério da Justiça, tentam integrar o setor público e privado no combate a esses crimes, mas os desafios permanecem imensos.
Diante desse cenário, a responsabilidade pela segurança dos dados não pode recair apenas sobre o cidadão. Empresas e instituições públicas precisam adotar políticas robustas de governança da informação, investir em cibersegurança e, acima de tudo, tratar a proteção de dados como prioridade estratégica.
A era dos dados exige vigilância constante, tanto tecnológica quanto humana. E, mais do que nunca, proteger informações pessoais é proteger o patrimônio, a identidade e a dignidade do cidadão brasileiro.
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Fonte: Gov https://www.gov.br/anpd
Fonte: SaferNet Brasil https://new.safernet.org.br/
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